Buscar a melhoria do ambiente de trabalho deve ser um desafio constante para qualquer gestor. Afinal, a satisfação do funcionário é a peça chave para aumento da produtividade, maior criatividade e entrosamento da equipe, impactando diretamente os resultados finais.
A Teoria de Herzberg, por exemplo, procura decifrar os fatores motivacionais de funcionários em uma empresa e é de grande valia para tomadas de decisões mais assertivas.
Veja como funciona a Teoria dos Dois Fatores do psicólogo norte-americano e como ela pode ajudar a sua gestão.
O que é a Teoria de Herzberg?
Herzberg concentrou seus estudos sobre motivação em um universo muito específico: o corporativo.
Em seu livro The Motivation to Work (Motivação para o Trabalho, 1959), Herzberg relaciona duas classes distintas de fatores que condicionam o comportamento geram satisfação nos funcionários de uma empresa, os higiênicos (que desagradam) e os motivacionais (que agradam).
É preciso entender, no entanto, que Herzberg trabalha com o conceito de nenhuma satisfação como oposto de satisfação – e não a insatisfação, como seria de se supor. Aliás, para o autor nenhuma satisfação é também o posto de insatisfação – e não a satisfação.
Fatores higiênicos
A partir daí ele relaciona os fatores higiênicos como aqueles que visam evitar que os funcionários fiquem insatisfeitos. Eles estão completamente fora do controle dos funcionários, totalmente determinados pela organização/chefia e relacionados ao meio de atuação do colaborador.
A ausência dos fatores higiênicos ou ambientais desmotiva, mas sua presença não chega a causar motivação. São o salário, os benefícios sociais, as condições físicas do ambiente de trabalho, as oportunidades de crescimento, o clima organizacional, a política da empresa, etc.
Fatores motivacionais
Pela Teoria de Herzberg, os fatores motivacionais já são aqueles que dizem respeito aos funcionários – e não à empresa. São estes que, efetivamente, causam a motivação e um efeito de satisfação duradoura, gerando aumento de produtividade acima dos níveis considerados normais.
São eles a liberdade de decidir como será a execução do trabalho; o desenvolvimento, aprimoramento e uso pleno de suas habilidades; auto-realização no cumprimento das tarefas; a responsabilidade pelo cargo; definição de metas e objetivos, auto-avaliação de desempenho, etc.
Enfim, tudo aquilo relacionado ao conteúdo, atividades e tarefas relacionadas ao cargo.
Em resumo, a Teoria de Herzberg define:
Fatores que levam à insatisfação:
- Relacionamento com outros funcionários;
- Condições do ambiente de trabalho;
- Política da empresa;
- Segurança;
- Salário.
Fatores que levam à satisfação:
- Responsabilidade;
- Desenvolvimento;
- Reconhecimento;
- Crescimento;
- Realização.
Como proporcionar continuamente a motivação pela Teoria de Herzberg
A partir daí, Herzberg propõe uma dinâmica que proporciona uma motivação contínua através do enriquecimento de tarefas ou do cargo. A ideia é substituir tarefas simples por outras mais complexas, sempre de acordo com o nível de desenvolvimento de cada funcionário e suas características individuais.
Essa substituição pode se dar verticalmente ou horizontalmente. Na forma vertical, as tarefas mais simples são eliminadas e outras mais complexas colocadas em seu lugar.
Já na forma horizontal, tarefas relacionadas a certas atividades são eliminadas e outras diferentes são acrescidas, ainda que no mesmo grau de dificuldade.
Essa dinâmica, de acordo com a Teoria de Herzberg, tende a motivar os funcionários, gerando efeitos como:
- Aumento da produtividade;
- Redução do absenteísmo;
- Redução da rotatividade.
No entanto, efeitos negativos também estão passíveis de surgir:
- Aumento de ansiedade frente às novas tarefas quando o funcionário não é bem sucedido nas primeiras experiências;
- Aumento do conflito entre as expectativas pessoais e os resultados nas tarefas enriquecidas;
- Sentimento de exploração quando a empresa não acompanha o enriquecimento de tarefas com o enriquecimento da remuneração;
- Redução das relações interpessoais devido à maior concentração nas tarefas enriquecidas.
Tipos motivacionais
De acordo com a Teoria de Herzberg, é possível identificar os tipos motivacionais dos funcionários para um melhor enriquecimento de tarefas.
As pessoas que procuram motivação estão especialmente voltadas para a realização, crescimento e responsabilidade. Para estas, os fatores ambientais pobres não chegam a interferir, porque focam na tarefa em si.
Há outras, entretanto, que são justamente os fatores ambientais os mais importantes. A atenção é mais focada no salário, nas condições de trabalho, segurança, relacionamento com a equipe, tipo de supervisão etc. Para Herzberg, são as pessoas que buscam a manutenção.
Desta forma, é possível criar estratégias motivacionais diferentes, atingindo de forma assertiva diferentes grupos de funcionários.
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