O conceito de bem-estar pode ser diferente de pessoa para pessoa. No entanto, existe um consenso crescente de que essa métrica não se limita às conquistas materiais e envolve aspectos como saúde e boas relações sociais. Segundo os pesquisadores Henry S. Richardson, da Universidade de Georgetown (EUA), e Erik Schokkaert, da Universidade de Leuven (Bélgica), “O aumento do bem-estar é geralmente aceito como um dos componentes essenciais do progresso social”.
Para eles, o primeiro ponto é medir a felicidade, numa abordagem subjetiva. Muitas pesquisas de opinião, nas quais as pessoas respondem perguntas simples sobre seu grau de felicidade ou satisfação com a vida, revelam que o crescimento econômico tem efeito menor sobre as pessoas do que aspectos como saúde e desemprego.
O segundo ponto é a abordagem de capacidade, uma alternativa criada por Martha Mussbaum e pelo vencedor de Prêmio Nobel Amartya Sen. “[Ela] estipula que tanto as características pessoais quanto as circunstâncias sociais afetam o que as pessoas podem alcançar com uma determinada quantidade de recursos.
Dar livros a uma pessoa que não sabe ler não aumenta o seu bem-estar (provavelmente o contrário), assim como fornecer um carro não aumenta a mobilidade se não houver estradas descentes”, explicam.
Preferência ao bem-estar
A terceira perspectiva apresentada pelos pesquisadores baseia-se na preferência ao bem-estar e considera que as pessoas discordam em relação à importância das diferentes dimensões da vida. “Algumas pessoas pensam que o trabalho árduo é necessário para ter uma vida valiosa, enquanto outros preferem passar mais tempo com a família. Alguns pensam que sair com os amigos é fundamental, enquanto outros preferem ler um livro em um lugar calmo” refletem.
Na prática, o estudo revelou que cada abordagem tem seu mérito e outros fatores interferiram nos dados coletados, como os aspectos econômicos e culturais de cada país. Nesse sentido, a mensuração do bem-estar depende dos fins para os quais esses dados serão utilizados: fornecimento de bem-estar pelas nações, acompanhamento da política, avaliação individual, entre outros.